quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Parkinson


No dia 11 de Abril comemora-se o dia Mundial do doente de Parkinson, por ser o dia de aniversário do primeiro médico a descrever um caso, em 1817, desta doença e por isso acabou por lhe dar o nome, o inglês James Parkinson.

Sem uma causa conhecida, a doença de Parkinson é no entanto a consequência da degeneração e morte celular dos neurónios responsáveis pela produção de dopamina no sistema nervoso central, fundamentalmente num local específico denominado substancia nigra. Uma vez que não se sabe ainda a verdadeira origem da doença, vão-se pondo várias hipóteses tais como o efeito da vitamina D, pequenos defeitos nas enzimas, factores ambientais como a poluição ou a (má) qualidade da alimentação. Ainda outra hipótese (forte) é a componente genética. Pensa-se que a Doença de Parkinson pode ser herdada entre familiares directos.
Por ser uma doença em que os sinais se podem confundir com os inerentes à velhice, é na maioria das vezes identificada em estado muito avançado, havendo por norma um elevado grau de negligência quanto aos sintomas cognitivos, apesar das queixas manifestas de tristeza e irritabilidade, sintomáticas de depressão e ansiedade. Alterações do humor, insónias e perca de olfacto, são outros dos sintomas. A dificuldade no processamento da informação leva a um desacerto entre o pensamento e a acção o que provoca pequenos acidentes domésticos inicialmente, e com o evoluir da situação, ocorrências que podem ter uma gravidade tal que leve à desmotivação, redução ou falta de iniciativa para efectuar tarefas ou qualquer tipo de actividades.  
As vitimas da doença de Parkinson, pessoas a partir dos 60 anos (são raros os casos de jovens portadores desta doença) começam por apresentar tremores musculares, acinesia, dificuldade em caminhar devido muito provavelmente tanto à rigidez dos músculos como à falta de equilíbrio ou uma instabilidade postural que vai aumentando. De forma sintética poder-se-á dizer que o facto de haver morte cerebral lenta e progressiva e o não rejuvenescimento de novas células neurais traduz-se num desfazamento entre o pensamento e a actividade motora. O elemento intelectual permanece intacto, ao passo que o físico não responde à informação que o doente de Parkinson pretende transmitir aos seus sentidos. Para alem destes sintomas, apresentam alterações da voz que se torna monotónica, devido à dificuldade em controlar os músculos da face e laringe e a dificuldade em engolir, também relativamente à postura há uma importante tendência à curvatura para a frente e quanto à escrita fica nitidamente disforme e imperceptível, com tendência a diminuir de tamanho. Qualquer que seja o sintoma começa por se manifestar nas extremidades e sobretudo de um dos lados do corpo, começando por exemplo no membro superior esquerdo, a seguir no membro inferior esquerdo, seguindo-se o membro superior direito e posteriormente o membro inferior direito, notando-se mais em tarefas com carácter específico como segurar algo, iniciar ou parar a marcha ou mudar de direcção. No combate à diminuição da qualidade de vida, aplicam-se os tratamentos até agora possíveis que têm sobretudo como principal objectivo restabelecer os níveis de dopamina. No entanto é ainda possível fazer uma intervenção cirúrgica tendo em vista a estimulação de núcleos como o globo pálido.

Assim, não tendo cura, a Parkinson tem alguns tratamentos que podem de alguma forma retardar os sintomas e adiar uma situação que se vai tornando cada vez mais incapacitante. No entanto, para além de todo o avanço da medicina, comprova-se que, o apoio familiar, a disponibilidade dos cuidadores informais, muitas vezes personificados por filhos, sobrinhos ou netos e sobretudo o afecto existente em redor dos padecentes de Parkinson é o que proporciona, pela motivação e estimulo, à qualidade de vida necessária ao retardamento dos principais sintomas.

Silvia Silva - Psicologa Clinica

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