Engravidar
é dos momentos mais bonitos que um ser humano pode experienciar, seja no papel
de mãe ou de pai. É o resultado de um projecto muito bem pensado, de um sonho
desejado toda uma vida e que finalmente se torna real quando se julga ter chegado
a altura certa para a chegada de um novo ser ao seio familiar. Por isso se pode
dizer que um bebé antes de vir ao mundo, antes mesmo de ser gerado, já existe
no pensamento dos seus papás, sobretudo das mamãs que desde muito cedo
projectam este acontecimento, chegando a escolher com vários anos de
antecipação os nomes para os seus herdeiros. Não há quem não deseje ter um
descendente, alguém com algo de si (o melhor de si preferencialmente), para dar
continuidade à espécie. Para além disto, um filho é também, ou deve ser, o
resultado do amor de um homem e de uma mulher, a materialização de uma relação
que se pretende feliz e se espera duradoira. Parece que a decisão de
engravidar, de escolher o momento certo é efectivamente o mais difícil. Quando
a ideia se concretiza e o casal descobre que a mulher está grávida, dá-se uma
mistura de emoções tão ricas e intensas como a nova fase de vivências que se
inicia. A partir do momento da confirmação da gravidez a alegria confunde-se
com a ansiedade, o orgulho com o sentimento de responsabilidade, a realização
pessoal com o medo de não se ser capaz. Porque uma gravidez implica
planificação de actividades, de carreiras, reorganização de ocupações e de
tarefas, de vidas. Obriga a múltiplas mudanças, não só no quotidiano dos
directamente responsáveis, os pais, mas muitas vezes também de quem os rodeia e
que servirá de auxílio quando os progenitores não possam, como avós, tios e
padrinhos. Durante o tempo de gestação o casal planeia, prepara, deseja e
sonha. Sonha com o bebé e idealiza-o. E o resultado é o que em psicologia se
chama: bebé imaginário. Começa a imaginar-se uma criança com traços físicos do
pai, características psicológicas da mãe, mas sempre um filho bonito, educado,
inteligente e saudável, e vai-se assim construindo a imagem da nova pessoa que
vai chegar, com alguma margem de erro, não vá o filho trocar as voltas aos
papás e ser a cara da mãe e o feitiozinho do avô paterno. Quando o bebé nasce bonito
e saudável e se encaixa nos prognósticos feitos é o culminar do maior dos
sonhos, a utopia tornada realidade. No entanto nem sempre este novo e inocente
ser, que não pediu para nascer, se enquadra no que foi sonhado para ele, não
preenchendo os critérios eleitos pelos progenitores. O choque que então se dá
entre o bebé imaginário e o bebé real é por vezes tão violento que impede a
natural aceitação por parte dos principais e únicos pilares desta criança
indefesa. É para os mesmos considerado um fracasso, não só pessoal como
familiar e social, o que origina um sentimento de culpa de tal ordem, responsável
por grande parte das patologias associadas à gravidez e ao parto, sendo a mais
conhecida de entre todas a depressão pós-parto.
Pergunte aqui, caso tenha duvidas, sobre:
Gravidez
Hábitos
saudáveis durante a gravidez
Desconfortos
na gravidez
Estratégias
de alívio
Sinais
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Parto
Trabalho
de parto Plano de parto
Tipos
de parto
Fases
do trabalho de parto
Sinais
de alerta para recorrer à maternidade
O
que levar para a maternidade
Estratégias
para alívio da dor
Papel do pai
Partilha
de experiencias em grupo
Amamentação
Factores
facilitadores da amamentação
Possíveis
dificuldades
Estratégias
de alívio
Recém-nascido
Características
e competências do recém-nascido
Cuidados
de higiene e conforto ao recém-nascido
Medidas
de segurança
Puerpério
Cuidados
de higiene e conforto no pós-parto
Hábitos
saudáveis
Sinais
de alarme
Vivência
da sexualidade no pós-parto
Sílvia Silva - Psicologa Clinica
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