sexta-feira, 25 de outubro de 2013

3ª idade: Razões para sorrir


De acordo com a Organização Mundial de Saúde é considerado idoso aquele que tem mais de sessenta e cinco anos, mas esta fronteira entre pré e pós idoso não é linear e, depende muito do estado de desenvolvimento do país em que se insere. Em Portugal a esperança de vida tem uma média de 78,1 anos distribuída por 75 anos para os homens e de 81,2 para as mulheres, um número algo elevado se tivermos em conta que a média geral mundial é de 67,2 anos. Certo é que, este número tem vindo a crescer com o progresso da sociedade em geral e essa é uma das razões porque hoje existe a maior taxa de idosos de sempre. Em Portugal atinge os 17%. O envelhecimento como processo natural no desenvolvimento de cada um de nós, traz a ele associado as mais diversas transformações e perca de recursos fisiológicos, doenças crónicas e várias limitações, sobretudo motivadas por questões psicológicas e sociais. Depois de uma longa vida activa, o mais comum é encontrar nas pessoas ditas velhas, tristeza e solidão. A sociedade actual continua despreparada na reintegração das pessoas que atingiram a terceira idade. Nomeadamente após se reformarem as pessoas ficam e sentem-se à deriva, sem saber o que fazer a partir dali. A disparidade entre uma vida de trabalho e dias inteiros sem qualquer actividade agendada e obrigatória causa uma descompensação que torna os mais velhos susceptíveis a patologias. Para tal contribui a rejeição e preconceito de uma população dita desenvolvida, onde só cabem os activos e com sucesso, e que mantém a crença de que a velhice torna as pessoas fracas e inúteis. É por isso urgente promover a inclusão social e garantir os direitos desses cidadãos, muitas vezes vítimas de violência não só física como psicológica. Depressão, ansiedade, problemas relacionados com dor, perturbações do sono, perda de independência e abordagem sistemática de assuntos ligados à morte, são frequentemente diagnosticados pelos psicólogos. A função dos terapeutas passa também pela avaliação de estados de demência e outras perturbações da memória e capacidade de desempenho de tarefas, para além de trabalharem com os familiares no sentido de um melhor entendimento da doença. Percebendo que a luta pela realização de um objectivo é na maioria das vezes mais estimulante que a efectivação do mesmo, perguntamo-nos que incentivo têm aqueles que consideram que o tempo útil para a realização de sonhos terminou. É importante que estabeleçam novos objectivos, em que um estilo de vida activa esteja presente, através de actividades que proporcionem sentimentos de prazer, de satisfação e divertimento como ginástica, dança, natação ou caminhada. As mais valias físicas passam pela manutenção dos reflexos, flexibilidade, mobilidade, melhoria da capacidade cardiorespiratória, conservação do equilíbrio e aumento da densidade óssea. Quanto aos benefícios psicológicos podemos destacar a diminuição da depressão e a melhoria da auto-estima, para os quais contribuem também actividades culturais, como assistir a espectáculos, visitas a museus, excursões ou até mesmo fazer voluntariado. Na terceira idade nada acaba, simplesmente muda. Assim também a sexualidade pode e deve continuar a fazer parte da vida dos mais “crescidos”, sobretudo se relembrarmos que sexualidade é muito mais que o acto sexual. Na terceira idade o importante é manter a independência e prevenir a incapacidade e especialmente garantir a qualidade de vida.
 
Sílvia Silva - Psicologa Clínica

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