Com
um aumento galopante no que se refere ao número de padecentes, o Síndrome do
Pânico é um tipo de ansiedade que pode levar a alterações significativamente
negativas na rotina diária, assim como na qualidade de vida pessoal e social de
quem sofre com esta patologia. Caracterizado por um estado de ansiedade que vai
crescendo, este quadro vai em simultâneo tornando-se cada vez mais irracional,
por se tratar de fobias ou medos de algo impalpável e invisível. A ansiedade
faz parte do ser humano e trata-se de uma reacção biológica a momentos que
antecedem perigo real ou hipotético. No entanto quando se vivem episódios de
extrema ansiedade, estamos perante situações limite, conhecidas como ataques de
pânico. Este síndrome tem geralmente inicio em jovens adultos, sobretudo na
faixa etária entre os 25 e os 30 anos e atinge sobretudo as mulheres, em mais
50 por cento que os homens. Sendo considerada uma doença do foro psicológico
pela OMS (Organização Mundial de Saúde), tem normalmente a ela associada a
depressão, as drogas, o alcoolismo e conclui-se ainda, que os indivíduos que
sofrem com transtorno do pânico revelam estatisticamente uma maior incidência
nas tentativas de suicídio. As crises de pânico são variáveis na sua duração,
podendo manter-se apenas alguns minutos ou horas a fio, e tem como principais
sintomas batimentos cardíacos rápidos, sensação de vazio no estômago,
contracções musculares, medo de perder o controlo, transpiração e aperto no
tórax, para além da sensação de medo intenso e irracional de algo, como a morte
imediata por exemplo. Após uma primeira crise sobre a qual aparentemente não se
percebe o factor desencadeador, o que muitas vezes acontece é o indivíduo
começar a associar o local onde se reproduziu essa crise inicial ao motivo em
si. Por exemplo se começa por ter uma crise de pânico num café, sempre que a
partir daí se dirigir a um café irá associar esse local ao ataque de pânico, o
que pode dar origem a fobia. São chamados os factores externos. Quando por
outro lado se sente com alguma sensação corporal estranha que identifique como
algo que sentiu aquando de uma crise, isso por si só pode realmente despoletar
um ataque de pânico. É o que se considera medo do medo. E são estes últimos os
factores internos que podem dar origem a episódios de transtorno. Os indivíduos
com este síndrome podem enfrentar estas circunstâncias pontualmente, mas isto
também pode acontecer com grande frequência. Nesse caso pode realmente
transtornar a vida da pessoa e alterar-lhe as experiencias sociais pela
vergonha, estigma social e pelo afastamento que a própria doença promove,
resultando de tudo isso um isolamento inicial, que leva ao medo de estar com
outras pessoas, em lugares amplos (que não a sua casa, acolhedora e
protectora). Por ser uma patologia do foro psicológico ou psiquiátrico
necessita imperativamente de tratamento. Assim, quem se encontra nestas
condições deve sempre procurar ajuda especializada. O mais aconselhado para
situações deste tipo é um acompanhamento específico a nível psicológico, em que
o tratamento é feito através de terapia cognitivo-comportamental. Este é um
tipo de terapia activa que consiste em traços gerais, em ensinar ao paciente
estratégias de respiração entre outras, que o ajudem a aprender a
auto-controlar-se. Pode consistir também na exposição gradual e repetida ao
elemento fóbico, ou seja, ao que motiva o inicio das crises, para que a
habituação crescente à razão do medo, provoque maior conhecimento relativo ao
mesmo e o individuo consiga assim expectar esse estado com alguma segurança
permitindo-lhe um maior auto-controle, ou não conseguindo antecipar o que o
espera, aprenda a lidar com os acontecimentos e encontrar estratégias para
resolver os mesmos. Em qualquer dos casos o acompanhamento, psicológico é
aconselhado, não devendo por nenhuma razão ser alterado ou interrompido, por
daí poder resultar um agravamento da doença.
Sílvia Silva
Psicóloga Clinica
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