
sexta-feira, 27 de março de 2020
sexta-feira, 20 de março de 2020
PGM CFNEWS 04062011
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segunda-feira, 2 de março de 2020
Para quando ginásios mentais
Nunca houve tanta preocupação com a
saúde como nos dias de hoje. Nutricionistas que aconselham dietas do
paleolítico, jejuns intermitentes ou retirada de carnes vermelhas e de hidratos
de carbono. Consequentemente os ginásios
multiplicam-se e estão sempre cheios.
O que faz as pessoas irem ao
ginásio é muito mais que exclusivamente a sua condição física. Escolhe-se o
ginásio pelos mais diversos factores: porque o ginásio tem melhores condições;
porque se destina a uma elite correspondente à imagem que se quer fazer passar;
pelas pessoas que sabemos que o frequentam, principalmente se forem nossos
amigos, ou então se desejarmos que venham a sê-lo. Mas acredito que, a par da
preocupação pela saúde física, há também o desejo de socializar num ambiente
descontraído em que à partida todos se identifiquem com o mesmo objectivo que é
o de estarem em forma. Até aqui é possível apontar os benefícios de ir ao
ginásio que, além dos físicos, são também sociais e até psicológicos. Mas é
preciso muito mais relativamente a este último aspecto. É preciso que nos
trabalhemos psicologicamente. Que nos gimnastiquemos mentalmente. Até porque,
como tão bem sabemos, a saúde física e a psicológica estão tão interligadas, estão
tão entranhadas que é impossível estar-se bem numa das áreas da saúde se não
estivermos bem na outra. Sabemos também que por exemplo a obesidade, que tanto
se tenta combater nos ginásios, afecta tanto ou mais a nossa saúde psicológica como
a física, e que quase sempre só se inicia o processo de cura quando há também
tratamento emocional/psicológico.
O que nos leva à questão essencial:
“porque não ginásios mentais?” Ou reformulando: “para quando ginásios mentais?”
É urgente que se comece a praticar ginástica
mental!! O sedentarismo não diz respeito apenas a ficar sentado num sofá. Quase
sempre traz com ele a inercia de não se pôr a cabeça a pensar. Lêr um livro,
jogar um jogo de tabuleiro, fazer palavras cruzadas ou jogar às cartas parece
coisa do seculo passado, literalmente. No entanto, é este tipo de exercícios,
entre outros, que impede que surjam dificuldades, ou num estágio mais elevado:
perturbações a nível cognitivo. Há doenças inevitáveis, sim. Sabemos que
indivíduos que sempre tiveram modos de vida extremamente saudáveis não ficam
cem por cento imunes a ficarem doentes. Mas o que é certo é que
estatisticamente isso é muito menos provável. Tal como os restantes músculos do
corpo que precisam de ser estimulados e trabalhados para potenciarem as suas
funções, também o cérebro precisa de ser estimulado e trabalhado para que não
se deem atrofios, ou pior: inactividade e perda neuronal. Então vejamos,
existem determinados exercícios aparentemente muito simples que estimulam áreas
especificas do cérebro: fazer contas ou escrever com caneta e papel são apenas dois
pequenos exemplos. Tão simples e importantes para a estimulação do nosso
musculo mental, como raros nos dias de hoje. O excesso de informação cansa e
diminui a nossa capacidade de concentração e faz com que ao fim de duas linhas
de um texto no computador ou telemóvel, desviemos a nossa atenção e demos por
concluída a tarefa. O facilitismo da informação toda concentrada num só “lugar
virtual” impede-nos de ir à procura em espaços físicos como pesquisar numa
biblioteca. Trabalhamos por isso muito menos a nossa capacidade de reflexão, de
seleção e de tolerância à frustração, bem como acabamos por nos impedir de
descobrir outras coisas paralelas ao nosso objectivo, o que aconteceria se
fizéssemos um trabalho não exclusivamente online.
O sedentarismo físico, o mental, a má qualidade da alimentação e o stress são algumas das razões que levam não só à não activação do cérebro de uma forma saudável, mas também propiciam a possibilidade de morte neuronal. Não só de uma forma naturalmente progressiva, mas porque estas mesmas razões potenciam doenças físicas, tais como hipertensão e aumento de risco de acidentes vasculares cerebrais que terão consequências, obrigatoriamente negativas, no saudável funcionamento do nosso cérebro. Então para que serviria um ginásio mental? Como qualquer outro “ginásio físico”, serviria para avaliar o individuo nas suas potencialidades e maiores dificuldades nas mais diversas áreas: memória; atenção; linguagem; percepção ou funções executivas, e através desse diagnóstico prevenir situações de dificuldade ou perturbação cognitiva. Em situações mais graves, trabalharia o individuo de uma forma mais especifica, tal como se faz em situação de personal trainer, no sentido de o estimular e fazer regredir a sua dificuldade. Este treino, tal como o físico, não deve ser adiado. Quanto mais tarde o fizermos, mais nos sujeitamos a perder funções de forma definitiva, ou pelo menos de muito difícil recuperação. Quando se fala de estimulação cognitiva, a maior parte das pessoas associa este tipo de “treino” aos idosos. Façamos então uma pequena reflexão: “Quantas vezes alguém o cumprimentou, sabe que conhece a pessoa mas não se lembra de onde a conhece, ou não se lembra do nome dela, ou não se lembra de ambas? A partir de que idade sentiu necessidade de apontar numa agenda física ou pôr lembretes no telemóvel, porque percebeu que alguns detalhes lhe começavam a escapar? Quantas vezes teve que fazer refresh na sua cabeça de um compromisso importante para não correr o risco de se esquecer? Sabe de cor os números de telefone/telemóvel das três primeiras pessoas a quem ligaria em caso de urgência? “ Depois deste pequeno exercício, acha ou não que seria importante exercitar-se, não só física, mas também psicologicamente?
O sedentarismo físico, o mental, a má qualidade da alimentação e o stress são algumas das razões que levam não só à não activação do cérebro de uma forma saudável, mas também propiciam a possibilidade de morte neuronal. Não só de uma forma naturalmente progressiva, mas porque estas mesmas razões potenciam doenças físicas, tais como hipertensão e aumento de risco de acidentes vasculares cerebrais que terão consequências, obrigatoriamente negativas, no saudável funcionamento do nosso cérebro. Então para que serviria um ginásio mental? Como qualquer outro “ginásio físico”, serviria para avaliar o individuo nas suas potencialidades e maiores dificuldades nas mais diversas áreas: memória; atenção; linguagem; percepção ou funções executivas, e através desse diagnóstico prevenir situações de dificuldade ou perturbação cognitiva. Em situações mais graves, trabalharia o individuo de uma forma mais especifica, tal como se faz em situação de personal trainer, no sentido de o estimular e fazer regredir a sua dificuldade. Este treino, tal como o físico, não deve ser adiado. Quanto mais tarde o fizermos, mais nos sujeitamos a perder funções de forma definitiva, ou pelo menos de muito difícil recuperação. Quando se fala de estimulação cognitiva, a maior parte das pessoas associa este tipo de “treino” aos idosos. Façamos então uma pequena reflexão: “Quantas vezes alguém o cumprimentou, sabe que conhece a pessoa mas não se lembra de onde a conhece, ou não se lembra do nome dela, ou não se lembra de ambas? A partir de que idade sentiu necessidade de apontar numa agenda física ou pôr lembretes no telemóvel, porque percebeu que alguns detalhes lhe começavam a escapar? Quantas vezes teve que fazer refresh na sua cabeça de um compromisso importante para não correr o risco de se esquecer? Sabe de cor os números de telefone/telemóvel das três primeiras pessoas a quem ligaria em caso de urgência? “ Depois deste pequeno exercício, acha ou não que seria importante exercitar-se, não só física, mas também psicologicamente?
Sabe-se hoje que não há uma idade
limite para nascerem novos neurónios. Mas é essencial que trabalhemos a
plasticidade neuronal de modo a permitirmos que esse nascimento aconteça.
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