domingo, 3 de fevereiro de 2019

Psicólogo ou Psiquiatra?


Psicólogo ou Psiquiatra?

Muitas pessoas, mesmo as que o evitam durante muito tempo, chegam a uma altura da vida em que admitem precisar de ajuda por não estarem a conseguir suportar o que lhes está a acontecer.
A grande questão que surge é: “Deverei eu consultar um psicólogo ou psiquiatra? Que diferença faz? Talvez um psiquiatra porque caso seja necessário, passa medicação e o psicólogo não pode.” É verdade, o psicólogo não pode receitar medicação. Da mesma forma que o psiquiatra não pode por exemplo aplicar testes psicológicos, nem pode um sem número de funções que pertencem ao psicólogo. Precisamente porque cada especialidade, psicologia e psiquiatria se destina a propósitos que, sendo complementares, se distinguem. A psicologia é uma ciência, devidamente creditada que estuda e trata o comportamento, através de métodos e técnicas que são aprendidas pelos psicólogos no decorrer da sua especialização/formação. Pode-se dizer que, em caso de dúvida se se deve ou não procurar um profissional desta área, basta questionarmo-nos: “Estou em sofrimento? Faço os que estão à minha volta sofrer por via do meu comportamento?” Se a resposta for afirmativa, é também então afirmativo que se deve procurar acompanhamento especializado em psicologia. Em psicologia importa sobretudo perceber a história da pessoa, o seu sofrimento ou desconforto (manifesto ou latente, psicossomático), o que o causa e quais as formas que habitualmente utiliza para gerir esse sofrimento. O ser humano reage ao que avalia, com o filtro das suas vivências. Assim nem sempre avalia as pessoas ou situações de forma correcta, porque grande parte das vezes apenas o faz por instinto, esse grande mito, o instinto, ao qual damos demasiado valor.
Conseguir analisar e avaliar de outra forma, ou pelo menos colocar outras hipóteses, permite uma flexibilidade mental, que simultaneamente traz uma panóplia de novas e maiores possibilidades de reação e gestão dos acontecimentos.
Sumariamente, podemos dizer que a psicologia visa resolver a raíz do sofrimento ou desconforto, para que a pessoa saiba direcioná-lo e vivê-lo sem patologia. A psiquiatria visa erradicar os sintomas que advém desse sofrimento, sendo que o problema em si, não fica resolvido. Essencial dizer e ressalvar a importância da psiquiatria, bem como da medicação. Quando se atingem patamares severos de sofrimento e/ou patologia, é imprescindível a medicação, não só para o individuo funcionar (por vezes precisa de medicação para actividades básicas como tomar banho, comer ou conseguir dormir), conseguir manter o seu dia-a-dia e as suas responsabilidades pessoais, familiares e profissionais, mas também para ficar minimamente estável e poder desta forma fazer psicoterapia.