O desenvolvimento e
envelhecimento do corpo humano trazem consigo todas as alterações a ele
inerente. Com o passar do tempo e o avanço da idade é esperado que comecem a
aparecer vários tipos de doenças, como por exemplo o Alzheimer. Esta doença é
um tipo de demência que pode ser pré-senil ou senil e é provocada por morte de
células cerebrais, que dão origem a atrofia extensa de partes do córtex
cerebral. Tem por norma uma evolução lenta e caracteriza-se principalmente por perturbações
progressivas da memória, associadas a um grande desconforto na sua fase inicial
e intermediária. Nestas fases o paciente tenta por
vezes ocultar os sintomas, manifestando alterações de temperamento
incompreensíveis aos demais, já na fase adiantada a pessoa deixa de
apresentar condições de se aperceber sequer que está doente, pela inexistência
de auto-crítica. A evolução dos sintomas reflecte-se entre 5 e 15% na consciência
de si próprio e dos outros por cada ano de doença, com um período em média de
oito anos desde o seu início até ao seu último estágio. Mas a doença de
Alzheimer não se trata apenas de uma falha crescente de memória, também afecta
a consciência, a linguagem, as áreas afectivas e psicomotoras provocando
incapacidade para o trabalho e convívio social, devido a dificuldades para
reconhecer pessoas próximas e objectos. Um paciente com doença de Alzheimer
está constantemente a perguntar a mesma coisa, deixando transparecer a
incapacidade de fixar algo novo. As palavras são esquecidas, as frases trocadas
e muitas permanecem sem finalização. O progresso
da doença faz com que se dêem alterações significativas da personalidade, o
doente deixe de reconhecer os familiares ou até mesmo a não realizar lides
simples como efectuar a sua própria higiene pessoal ou vestir-se, acabando por,
em última fase, precisar de ajuda para toda e qualquer tarefa, perdendo inteiramente
a autonomia.
A origem desta doença é
orgânica, nomeadamente por afecção ou lesão cerebral e apresenta uma atrofia
generalizada, com perda neuronal específica em certas áreas do hipocampo, mas
também em regiões parieto-occipitais e frontais. Os problemas de memória,
sobretudo a recente, são frequentemente os primeiros sintomas, mas á medida que
a doença avança a deterioração intelectual e emocional torna-se ainda mais
global e severa, podendo gerar outras sintomatologias como a depressão,
manifesta por instabilidade emocional e choros. Delírios e outros sintomas de
psicose são também frequentes, embora difíceis de avaliar nas fases finais da
doença, devido à total perda de noção de lugar e de tempo e da deterioração
geral. Apesar de ser uma doença associada à terceira idade por surgir
tendencialmente após os 65 anos, são identificados pacientes muito mais jovens,
com 40 anos ou menos, tendo um muito provável motivo genético. Assim, é
possível que dentro da mesma família possa surgir mais que um caso, no entanto
não se confirma a hereditariedade. Estas inconclusões levam a que não exista forma
de prevenção, tão pouco uma “cura”, apenas medicamentos, com dose personalizada,
ajustada a cada paciente, que inibem a enzima responsável pela degradação da acetilcolina
considerada a principal responsável da doença de Alzheimer. Este tratamento tem
em vista retardar o máximo possível esta doença irreversível e irrecuperável. Outra das consequências desta doença é o modo como afecta
os familiares próximos do doente, que sofrem por assistir impotentes ao
declínio mental e físico de quem amam. Outros efeitos podem ser tanto de ordem
emocional, sobretudo pelo acompanhamento gerar cansaço e depressão, mas também
dificuldades económicas inerentes às despesas elevadas com medicamentos. Mesmo
sendo uma doença incurável é preciso que os cuidadores saibam que há sempre
algo a fazer, sobretudo no que respeita a melhorar a qualidade de vida do
doente.