sexta-feira, 16 de maio de 2014

Alzheimer


O desenvolvimento e envelhecimento do corpo humano trazem consigo todas as alterações a ele
inerente. Com o passar do tempo e o avanço da idade é esperado que comecem a aparecer vários tipos de doenças, como por exemplo o Alzheimer. Esta doença é um tipo de demência que pode ser pré-senil ou senil e é provocada por morte de células cerebrais, que dão origem a atrofia extensa de partes do córtex cerebral. Tem por norma uma evolução lenta e caracteriza-se principalmente por perturbações progressivas da memória, associadas a um grande desconforto na sua fase inicial e intermediária. Nestas fases o paciente tenta por vezes ocultar os sintomas, manifestando alterações de temperamento incompreensíveis aos demais, já na fase adiantada a pessoa deixa de apresentar condições de se aperceber sequer que está doente, pela inexistência de auto-crítica. A evolução dos sintomas reflecte-se entre 5 e 15% na consciência de si próprio e dos outros por cada ano de doença, com um período em média de oito anos desde o seu início até ao seu último estágio. Mas a doença de Alzheimer não se trata apenas de uma falha crescente de memória, também afecta a consciência, a linguagem, as áreas afectivas e psicomotoras provocando incapacidade para o trabalho e convívio social, devido a dificuldades para reconhecer pessoas próximas e objectos. Um paciente com doença de Alzheimer está constantemente a perguntar a mesma coisa, deixando transparecer a incapacidade de fixar algo novo. As palavras são esquecidas, as frases trocadas e muitas permanecem sem finalização. O progresso da doença faz com que se dêem alterações significativas da personalidade, o doente deixe de reconhecer os familiares ou até mesmo a não realizar lides simples como efectuar a sua própria higiene pessoal ou vestir-se, acabando por, em última fase, precisar de ajuda para toda e qualquer tarefa, perdendo inteiramente a autonomia.

A origem desta doença é orgânica, nomeadamente por afecção ou lesão cerebral e apresenta uma atrofia generalizada, com perda neuronal específica em certas áreas do hipocampo, mas também em regiões parieto-occipitais e frontais. Os problemas de memória, sobretudo a recente, são frequentemente os primeiros sintomas, mas á medida que a doença avança a deterioração intelectual e emocional torna-se ainda mais global e severa, podendo gerar outras sintomatologias como a depressão, manifesta por instabilidade emocional e choros. Delírios e outros sintomas de psicose são também frequentes, embora difíceis de avaliar nas fases finais da doença, devido à total perda de noção de lugar e de tempo e da deterioração geral. Apesar de ser uma doença associada à terceira idade por surgir tendencialmente após os 65 anos, são identificados pacientes muito mais jovens, com 40 anos ou menos, tendo um muito provável motivo genético. Assim, é possível que dentro da mesma família possa surgir mais que um caso, no entanto não se confirma a hereditariedade. Estas inconclusões levam a que não exista forma de prevenção, tão pouco uma “cura”, apenas medicamentos, com dose personalizada, ajustada a cada paciente, que inibem a enzima responsável pela degradação da acetilcolina considerada a principal responsável da doença de Alzheimer. Este tratamento tem em vista retardar o máximo possível esta doença irreversível e irrecuperável. Outra das consequências desta doença é o modo como afecta os familiares próximos do doente, que sofrem por assistir impotentes ao declínio mental e físico de quem amam. Outros efeitos podem ser tanto de ordem emocional, sobretudo pelo acompanhamento gerar cansaço e depressão, mas também dificuldades económicas inerentes às despesas elevadas com medicamentos. Mesmo sendo uma doença incurável é preciso que os cuidadores saibam que há sempre algo a fazer, sobretudo no que respeita a melhorar a qualidade de vida do doente.